sexta-feira, setembro 09, 2011

E lá se vão 15 anos...

Engraçado.

Engraçado não, em verdade, é curioso.

Hoje consegui um lugar sentado no ônibus, mesmo morto de sono, fiz uma coisa que eu adoro fazer: olhar as pessoas na rua e tentar imaginar quem elas são, onde trabalham, o que pensam, do que gostam, e por aí vai. Algumas coisas são facilmente perceptíveis, outras não.

E, nesse meu passatempo diferente, ocasionalmente vejo pessoas conhecidas pela rua. Quase sempre. Pessoas que eu conheço de ver nas paradas de ônibus, pessoas que eu conheço de fato e, como no caso de hoje, pessoas que eu conheci.

Quando o ônibus passou um pouco do Panorama XXI, vi um rosto conhecido e pensei: "Égua! Esse cara tá velhão!", em referência à espessa barba que ele trazia num rosto ríspido e com um olhar sério. Acho que o nome dele é Carlos Alberto, primo de uma garota chamada Eneida, estudamos todos na mesma sala durante as três (ou quatro) últimas séries do antigo "1º grau", na escola Santana Marques.

De imediato lembrei de vários outros amigos dessa época: Martha, minha irmã mais velha, que hoje mora em Salinas; Roni, com quem eu jogava fliperama (e mais dois que eu não lembro o nome); Ábia e Eduardo, um casal bem "diferente" pra época; Renato, com quem, uma vez, eu tive uma briga na oitava série, fomos levados à diretoria, cinco dias de suspensão mas, no ano seguinte, viramos grandes amigos em outra escola, o Cordeiro de Farias; Rafael, que era louco por dinossauros e foi o responsável por me apresentar a esse "jurássico mundo novo"; Akira Goto, o cara com o menor nome que eu já conheci (esse era todo o nome dele); Johhan (ou Johann), uma mistura doida, nome alemão com sobrenome japonês (Tadayeski), e acho que tinha também um Tavares no final;  Reinaldo, da galera da bola, que morava numa casa que mais parecia um sítio; Marcela, que era muito perseguida por ser feia, coisa que eu não achava, só a achava pouco feminina; Gláucia, que levava almoço pra escola; Joyce e Joyce, uma loira e uma morena, as duas mais belas da sala; Jean, com quem eu tinha uma eterna disputa pra ver que conseguia tirar mais notas 10; esses e vários outros que eu não lembro o nome.

Pensando nisso, lembrei de quando todos nos despedimos, no fim da 8ª série, e eu lembrei que isso foi no fim de 96, eu tinha então 13 anos. Sou particularmente afeito a números e foi como se, de imediato,  algo estalasse na minha cabeça: 15 anos!

Foi há 15 anos.

Lembrei de novo do rosto do Carlos Alberto e disse pra mim mesmo: "Ele não tá velho, nós estamos velhos!". 15 anos é muito tempo. É mais da metade da minha vida. Passei o restante da viagem pensando no que eu fiz nesses 15 anos. Trabalhei. Trabalhei. Salinas. Herly. Icoaracy. Yoshi (Gustavo) Unama. Processamento de Dados. Não trabalhei. Prouni. Faci. Paratur. Toph (Manuela).

E cá estou. Fiz tanta coisa, ainda quero fazer tanta coisa e agora me pergunto: será que o que fiz valeu a pena? Lembro-me do que li de Nietzsche: "Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal". Será que eu fiz tudo realmente com esse intuito? Será que fiz certo? Será que fiz errado? Será que fiz tudo com a tal "vontade de poder"? Será? E se? E se? E se...

Vale a pena refletir.

Acho que nunca saberei realmente... É como aquela propaganda do canal Futura: "Não são as respostas que movem o mundo. São as perguntas!"

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