sexta-feira, janeiro 28, 2011

Nietzsche, Zaratustra, o Übermensch e a mote de Deus

Assim Falou Zaratustra, - Um livro para todos e para ninguém (igual ao blog), figura entre as principais obras do alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche. Dividida em quatro parte, foi curiosamente escrita num espaço de quatro anos, sendo que cada volume levou apenas dez dias para ser escrito, teve diversos entraves para ser publicada, sendo que a quarta e última parte foi toda custeada por Nietzsche.

É uma obra escrita de forma bíblica e poética como uma forma clara de satirizar a Bíblia/Novo Testamento, os valores cristãos, a moral da época, o Estado, a Academia, ou seja, praticamente tudo que o cercava. O livro narra, à imagem e semelhança dos evangelhos cristãos, a vida e a obra de Zaratustra, um sábio persa que vaga pelo mundo "evangelizando", semeando os conhecimentos adquiridos durante um longo tempo de meditação.

O Livro é recheado de máximas, aforismos e parábolas, dentre as quais consta a conhecidíssima e amplamente difundida por ateus e agnósticos: "Gott ist tot / Deus está morto".

Logo no preâmbulo do livro, quando Zaratustra sai pela primeira vez de sua caverna, depois de dez anos de meditação, ele encontra um ancião que com cânticos, lágrimas, risos e murmúrios louva a Deus. Ao despedir-se, Zaratustra murmura de si para si:
“Será possível que este santo ancião ainda não ouviu no seu bosque que Deus já morreu?”
Dando a entender claramente que Deus morreu antes do ponto que se encontram, uma clara referência à Gaia Ciência:
“Para onde foi Deus? [...] já lhes direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! [...] Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos!"

Outro conceito importante apresentado no livro, é o Übermensch, ou Super-homem (tradução que eu, particularmente, não gosto), ele seria o estágio final da evolução humana. Nietzsche, usando a figura de Zaratustra, nos diz que o ser humano é apenas um meio termo entre os macacos e o Übermensch, e que tal estágio só poderia ser alcançado através da transvaloração de todos os valores individuais, da constante superação de si mesmo, da sede de poder/vontade de potência, da destruição de conceitos velhos e a criação de novos. Segundo ele:
"O homem é corda distendida entre o animal e o super-homem: uma corda sobre um abismo; travessia perigosa, temerário caminhar, perigosos olhar para trás, perigoso tremer e parar."
Em verdade, é um livro realmente incrível, caso tivesse que aqui escrever cada passagem interessante, teria de escrever o livro praticamente na íntegra. Altamente recomendado.

Download em PDF
Mais tirinhas sobre Nietzsche

Fontes:
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. Coleção Obra-prima de Cada Autor. São Paulo: Martin Claret, 1999.
_____. Gaia Ciência. Coleção Obra-prima de Cada Autor. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Tirinha de autoria de Carlos Ruas do blog Um Sábado Qualquer

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Mario Vargas Llosa - Travessuras da Menina Má

Na busca por algo interessante pra ler, lembrei do peruano Mario Vargas Llosa, nobel de literatura de 2010 e, procurando entre resenhas e opiniões de suas obras, meio que engracei-me de cara com "Travessuras da Menina Má".

Sinopse
O peruano Ricardo vê realizado, ainda jovem, o sonho que sempre alimentou - o de viver em Paris. O reencontro com um amor da adolescência o trará de volta à realidade. Lily - inconformista, aventureira e pragmática - o arrastará para fora do pequeno mundo de suas ambições. Ricardo e Lily - ela sempre mudando de nome e de marido - se reencontram várias vezes ao longo da vida, em diferentes cidades do mundo que foram cenário de momentos emblemáticos da História contemporânea. Na Paris revolucionária dos anos 60; na Londres das drogas, da cultura hippie e do amor livre dos anos 70; na Tóquio dos grandes mafiosos dos anos 80; e na Madri em transição política dos anos 90. Assim, ao mesmo tempo em que conta a história de um amor arrebatador, "Travessuras da menina má" traça um quadro vigoroso das transformações sociais européias e convulsões políticas da América Latina. Muitas das experiências de vida de Vargas Llosa aparecem aqui, através de seus personagens - os tempos de penúria em Paris, seu trabalho como tradutor, sua simpatia pela revolução cubana, e a ligação permanente com seu país de origem, o Peru. Criando uma tensão entre o cômico e o trágico, numa narrativa ágil, vigorosa e terna, que conduz o leitor nesta dança de encontros e desencontros, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para contar uma história em que o amor se mostra indefinível, senhor de mil faces, como a menina deliciosa e má.

Download do livro (PDF)

30 anos de jogos de tiro em primeira pessoa


Eu, particularmente, não sou muito fã do gênero, mas achei o vídeo muito interessante, e confesso que já perdi algumas horas mordendo a língua em alguns deles... Wolfenstein 3D, Quake, Doom, Golden Eye, Half-life e Call of Dutty... Mas o tal Battlezone (1980) parece porrada! vou ver se acho...

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Infográfico the M word


Infográfico the M word, fiz pra fazer um teste com o Inkscape no Ubuntu.
Essa é só a primeira letra, a intenção é escrever "Magno", o texto é a primeira parte do "Discurso do Método", de René Descartes. Assim que (e se) ficar pronto, eu posto o restante!

Como deixar sua rede segura sem muito esforço

Segurança dos dados, seja em uma grande corporação ou no desktop de um usuário doméstico, é um assunto que deixa qualquer um preocupado. É claro que ninguém vive constantemente pensando que irá perder seus dados, mas as possibilidades existem e são reais, dentre as principais causas, temos perda/dano causados por vírus [e outros malwares], falhas de discos e ataques intencionais [dados de mais importância].

O ideal para toda empresa é ter um servidor seguro onde se possa armazenar os dados de todos os usuário da empresa, com as suas devidas permissões de leitura/escrita de acordo com a hierarquia da empresa, que tenha uma rotina periódica de backups, feita de acordo com a criticidade dos dados e que esteja bem protegida contra as ameaças supracitadas [antivírus, firewall, espelhamento de disco, etc.]. Mas nem sempre as empresas podem [ou querem] investir em tais soluções, seja por as considerarem caras ou desnecessárias [até que num belo dia, um HD vai e queima!].

Na impossibilidade de investimentos altos na área de TI, algumas práticas simples podem servir como uma luva para uma empresa de pequeno [e até mesmo médio] porte.

1. Segurança: Mantenha o antivírus sempre atualizado. Depois de alguns testes com alguns antivírus grátis disponíveis, escolheu-se o avast! Free que, até então, tem respondido bem à questão de vírus aqui, mas a grande questão [ainda] continua sendo o bom senso de alguns usuários e o uso indiscriminado de pendrives.
Download do avast! Free Antivirus


2. Compartilhamento: Na impossibilidade de se ter um servidor de dados dedicado, além da limitação de espaço em disco disponível, uma opção é selecionar a menos pior melhor máquina de cada setor para servir como um servidor de arquivos local, uma pasta compartilhada e mapeada como unidade de rede serve bem a esse propósito.
Como conectar e desconectar uma unidade de rede no Windows XP


3. Níveis de acesso: Bem, feito o compartilhamento, é hora de definir o nível de acesso de cada usuário à unidade de rede. Essa parte é, de certa forma, bem simples, basta seguir o artigo abaixo e definir os níveis, de acordo com os usuários e os tipos de dados [público, interno, confidencial].
COMO: Definir segurança de pasta para pastas compartilhadas

4. Backup: O próprio Ruindows Windows vem com uma aplicação de backup/restauração de arquivos:
Windows XP: Iniciar > Programas > Acessórios > Ferramentas de sistema > Backup.
Windows Seven: Iniciar > Painel de Controle > Sistema e Manutenção > Backup e Restauração.
Feito isso, é só escolher os locais de origem e destino do backup. Para maior segurança, recomenda-se sempre que o backup seja mantido fora do ambiente que foi gerado, armazenando-o em mídias externas (DVD, Blu-ray, HD Externo, etc).


5. Outras dicas importantes:
- Antes de abrir um pendrive, PeloAmorDeTodosOsSeusDeuses, faça uma varredura com o antivírus;
- Nunca deixe suas senhas salvas no navegador;
- Nunca baixe arquivos com extensões 'exe' de sites desconhecidos [a não ser que saiba o que está fazendo];
- Nunca abra emails de contatos desconhecidos ou com temas do tipo "atualização bancária", "olhas as fotos do fim de semana", etc.
- Em caso de dúvida em relação aos anexos de algum email, basta posicionar o cursor, sem clicar, sobre o anexo, o link real aparecerá na barra de status do navegador.
- Esqueci alguma coisa?

Seguindo esses passos simples, que qualquer um com o mínimo conhecimento de informática pode implementar, dificilmente perder-se-ão dados na sua rede/empresa, mas, caso aconteça, dado que não é impossível, a restauração dos arquivos pode ser feita imediatamente.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Mitologia Guarani

A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderu ou Tupã), o deus Sol e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua Araci, Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento.

Tupã então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

Primeiros humanos
Os humanos originais criados por Tupã eram Rupave e Sypave, nomes que significam "Pai dos povos" e "Mãe dos povos", respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo Guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete monstros legendários do mito Guarani (veja abaixo). Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele eventualmente cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressuscitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.

Entre as filhas de Rupave e Sypave estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria vida para livrar o mundo de um dos sete monstros legendários, diminuindo seu poder (e portanto o poder do mal como um todo).

Crê-se que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram entidades menores.

Os sete monstros legendários
Kerana, a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito mau chamado Tau. Juntos eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e todos exceto um nasceram como monstros horríveis. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são acreditados até tempos modernos em áreas rurais. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:
* Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas
* Mboi Tu'i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
* Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
* Jaci Jaterê, deus da sesta, único dos sete a não aparecer como monstro
* Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade
* Ao Ao, deus dos montes e montanhas
* Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela


Delavadamente copiado de Fonte: Mitologia guarani - Wikipédia

Typomaps - Infográfico do mundo com palavras

Infográfico muito louco criado pelo designer alemão Dirk Schächter, disponível no site Typomaps.
*
*

quarta-feira, janeiro 19, 2011

"Amor, Amor" um Flashbrega diferente

Há tempos não me via tão tocado, emocionado empolgado com um álbum. Se bem que nem tanto assim, dado que, há pelo mesmo oito meses continuo ouvindo só "Paz e Amor Acústico" do Nenhum de Nós.

Pois bem, o álbum "Amo Amor" da deidade Lia Sophia, é uma releitura (e que releitura!!) de clááássicos marcantes do brega dos anos 70/80, que embalaram gerações e mais gerações de românticos (ou não). Eu, particularmente, recordo-me muito bem de todas, meu pai era (e ainda é) fã incondicional do gênero, ou seja, querendo/gostando ou não, minha infância acabou sendo inúmeras vezes pontuada por algumas dessas composições.

Dentre as faixas, destaque especial pra faixa título, "Amor Amor", do meu xará Magno (Carlos Magno Xavier) e André Carlos; "Tchau tchau amor" de Ivan Peter, "Ao pôr do sol" de Firmo Cardoso e Dino Souza. Altamente recomendado!

Faixas:
1. Amor Amor - Carlos Magno Xavier (Magno) e Oséias Carlos André Almeida Lopes (André Carlos)
2. Como eu gosto de você - Borba de Paula e Mardônio
3. Eu te amo meu amor - Frankito Lopes
4. Longe de você - Jorge Benner e Gilmar Amaral
5. Minha amiga - Mauro Cotta e Cláudio Lemos
6. Não se vá - Fernando Belém e Jorge Benner
7. Noites de Moscou ("Moscow Nights") - Ver. Pinduca/Luizinho
8. Ao pôr do sol - Firmo Cardoso e Dino Souza
9. Um Poema de amor - Wilson Fonseca (Santarém-PA, 1953)
10. Tchau tchau amor - Bella Maria e Ivan Peter
Download

Download das versões originais (4Shared):
1. Amor Amor | 2. Como eu gosto de você | 3. Eu te amo meu amor | 4. Longe de você | 5. Minha amiga | 6. Não se vá | 7. Noites de Moscou ("Moscow Nights") | 8. Ao pôr do sol | 9. Um Poema de amor | 10. Tchau tchau amor

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Da Chuva

Da inevitável e pontual da tarde,
da (nem tão) atípica da manhã,
e da noturna sonífera.


****

Nesse aniversário de 395 anos de Belém, ouvindo Arraial do Pavulagem e pensando na possibilidade de ir ao Píer das 11 Janelas, esbarrei em um tweet do @DOL intitulado "Galeria: imagens que são a cara de Belém". A primeira imagem é essa ao lado: Chuva.

Missão impossível encontrar um paraense que não tenha uma história que seja, no mínimo, digna de ser escrita relacionada com a chuva. Ela que, juntamente com as mangueiras (e as mangas caindo), o Círio de Nazaré, Açaí com peixe/camarão/charque frito(s), o Ver-o-Peso, o Brega/Cumbia/Melody, o sotaque chiado, entre outros que não me veem à cabeça nesse momento, formam o mosaico cultural paraense.

Em verdade vos digo que realmente nunca ouvi falar de um povo, tribo, nação, estado ou o que quer que seja que tenha uma ligação afetiva tão grande com a chuva quanto os paraenses (excetuando-se talvez Gene Kelly). Dizem, inclusive, que "em Belém do Pará, quando não chove todo dia, chove o dia todo", entre outras expressões relacionadas à chuva como também a "Tal coisa depois da chuva" (ou antes), referindo-se àquela constante da tarde. A chuva é desculpa pra todo tipo de atraso, seja no trabalho, na escola, em casa, etc.

Hoje em dia, tomo pouco banho de chuva de fato, costumo andar muito quando a chuva tá fina, mas banho mesmo, daqueles da minha infância, já tem uns meses que eu não tomo. Aqueles banhos de chuva brincando de pira-maromba, travinha, bandeirinha ou só pra correr na chuva mesmo, desses nunca mais... E creio que nunca mais os tome. Uma pena...



Foto inicial: Ney Marcondes
Slideshow: Diário Online

quinta-feira, janeiro 06, 2011

A sonhar com os céus

Era uma vez, em um lugar bem ao norte daquele reino, um garoto que sabia voar.

Era bastante ingênuo e tinha várias aspirações e sonhos, em certa época queria ser Arquiteto e Engenheiro, passava horas a sonhar com isso, construía, na sua infante cabeça, belas casas, igrejas, musueus, castelos, tudo muito diferente, grandioso, com bastante estilo e traços inovadores, projetava tudo nos mínimos detalhes e dizia, meio que pra si mesmo, que seria um ícone da arquitetura e que sempre se lembrariam das suas construções.

Depois quis ser Chefe de Cozinha, um grande chefe de cozinha, preparar iguarias como nenhuma outra, paladares novos, combinações inimagináveis, temperos exóticos, impressionar as pessoas através de sabores novos.

Também teve a Arqueologia, os dinossauros o fascinavam deveras, se imaginou em lugares distantes, improváveis, sítios arqueológicos escondidos, novas espécies, envolvido em descobertas surpreendentes.

Chegou, inclusive, a pensar em ser Fotógrafo, para poder eternizar momentos únicos, inesquecíveis, vencer o tempo através da imagem, registrar cada fato sublime com o qual se deparasse.

Quis ser médico, jornalista, executivo, jardineiro, piloto e por aí vai.

Ele acabou crescendo e, tendo adormecido o garoto, não mais conseguiu alçar grandes voos, ficou preso à realidade. Eu o conheci (ou melhor, conheço) muito bem, outro dia, numa conversa bem descontraída, ele me confessou que às vezes se lembra, com um inegável saudosismo, exatamente como era a sensação de voar.


Imagem: Sam Nielson