segunda-feira, dezembro 13, 2010

Cafelista pela própria natureza


A meros mortais e bebedores desatentos, ele se afigura como uma simples e tradicional bebida matutina; aos mais curiosos e afeitos à informações (por vezes) inúteis, ele é matéria-prima de uma bebida estimulante que contem entre 80 e 140 mg de cafeína a cada porção de 207 ml, é originário da Etiópia e, depois de popularizar-se no Egito e Europa, encontrou no Brasil, solo fértil para sua produção e consumo, sendo um produto de grande valor econômico e histórico para o Brasil (atual maior produtor, tendo produzido cerca de 45 milhões de sacas em 2008).

Mas isso não importa ou, no mínimo, pouco importa aos verdadeiros apreciadores do café (nome que deriva do termo árabe qahwa, que significa "vinho"), o que realmente importa é o êxtase, o deleite, o inefável prazer de bebê-lo. As maneiras de se apreciá-lo são inúmeras, quase infinitas, algumas diferentes, outras tradicionais, muitas estranhas, poder-se-ia dizer até que haja uma para cada cafelista.

Como exemplo, posso citar uma senhora com a qual, certa vez, deparei-me, ela adorava café bem forte e bem doce, com açúcar, não obstante ao fato de ser diabética. Bebia escondida... Conheci uma garota que gostava de café bem fraco, ralo mesmo, uma coloração próxima a um chá mais escuro, seria o que minha falecida avó chamaria de "lavagem de cano de espingarda"... Tive, ou melhor, ainda tenho, um amigo evangélico fervoroso que sempre bebia café lendo a Bíblia mas que, curiosamente, não o bebia em ocasiões diferentes... Uma mulher muito bonita, alta, loira, incrivelmente bela que, chegando ao mesmo balcão onde me encontrava, pediu um "café preto, sem leite, por favor!", algo que achei muito sexy... Soube através de relatos (não confirmados) de terceiros, de pessoas que após beberem café sempre escovavam os dentes, com medo de que ficassem escuros...

Teve o caso de um jovem que estava bebendo uma vodca entre amigos na Praça da República e, não mais que de repente, sobreveio-lhe um desejo por café, mal acabara de verbalizar o desejo a seus pares e, como que tragada de algum lugar e jogada ali por mágica, apareceu uma senhora vendendo café. Comprou dois copinhos e ganhou um.
Ouvi dizer que esse mesmo jovem tomava café com Coca-cola, gelo e limão, para aliviar constantes ressacas que lhe acometiam. Segundo me foi relatado, ele prefere cafés fortes e quase amargos e, por beber muito café, sempre indagam-no quanto ao fato de ser fumante, hábito que não tem. Ele tinha o sonho de abrir uma Cafeteria/Livraria/Bar/Casa de Tolerância (não sei se ainda tem).

Ouvi histórias sobre pessoas que preveem o futuro "lendo" as marcas deixadas pela borra do café; cientistas que descobriram que o café melhora e estimula a memória, concentração e aprendizado; líderes religiosos que proibiram seus seguidores de tomá-lo; soube, inclusive, de um tipo de café de origem indonésia chamado Kopi Luwak, que é extremamente caro (cerca de U$ 1.000 / Kg) e é feito a partir de grãos extraídos das fezes de um pequeno mamífero, o civeta.

São tantos causos, que só tomando um cafezinho pra contar todos...

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