segunda-feira, maio 16, 2011

Amsterdã Blues - Arnon Grunberg

Hoje ao adentrar a habitação da Gordinha (@denisegerusa) deparei-me com esse livro que, lembro eu, emprestei-o há tempos, mas que a mesma nunca se deu ao deleite de ler. Comprei esse livro na prateleira de promoções do Magazan (leia-se livros não best-sellers que ninguém quer ler), comprei-o por míseros R$ 4,90. Um preço muito bom pra um livro que se mostrou bastante interessante e peculiar.





"Absurda, sem-vergonha e divertida" são os adjetivos que descrevem com precisão a história da vida do personagem Arnon Grunberg, delineada pelo autor homônimo. Lançado em 1994, quando Grunberg tinha apenas 22 anos, o livro vendeu 70 mil cópias na Holanda, e agora (2003) chega ao Brasil traduzido direto do original.

Porque ele não está na escola? O que esse sujeito faz nos bares de hotéis e restaurantes caros? Por que é tão complicado não emprestar os ouvidos a esse cliente estranho, depois de você se sentar ao lado dele? O talento de Grunberg para a tragicomédia encontra terreno fértil nessas confissões cativantes sobre sua carreira escolar prematura abortada, sobre seu pai doente que insulta a enfermeira (e que se alivia sobre o carpete), sobre sua mãe que era a mais bonita de todas e que agora entorna uma panela de macarrão sobre o marido (que fica imóvel), sobre a garota Rosie (seu primeiro amor) e a lista de prostitutas que ele visitará mais tarde.

É difícil ter alguma consideração para com a sua atitude. A partir da metade da história, passamos a querer que Arnon se emende e tenha algum tipo de alegria e que siga adianta ocm a sua vida. Em vez disso, ele permanece ensimesmado do começo ao fim, criando um retrato estático da Amsterdã anônima - sem apelar ao Rijksmuseum, às tulipas ou ao charme de seus canais.


Arnon Grunberg nasceu em Amsterdã em 1971. Depois de ser expulso da escola aos 17 anos, abriu uma editora de um só funcionário e foi também garçom e ator. Certo dia, viu-se contando suas histórias de sobrevivência nas ruas de Amsterdã para um editor holandês. O resultado foi Amsterdã Blues, traduzido para diversas línguas. Atualmente mora em Nova York e colabora para jornais holandeses e norte-americanos.

Um comentário:

Diana Nobre disse...

nossa! que interessante esse livro! é quase uma "literatura menor" como diria Deleuze e Guatarri em "Kafka, por uma literatura menor". Parece ser bem interessante mesmo! Lembro q comprei o livro Pi, do Vladimir Nabokov na feira do livro por 4,00 e achei uma maravilha! Viva a literatura "barata" e boa!
;)