Não obstante aos seus quarenta aparentes anos de idade, ela era muito bonita, muito mesmo. De uma tez morena e longos cabelos lisos e negros, um rosto belo, forte e expressivo: traços de uma beleza tipicamente amazônica. Transparecia uma altivez sem igual, que eu só vira antes em algumas mães, mães guerreiras, daquelas que matariam por sua prole. Como ela estava sentada, não pude ter certeza de sua altura mas, certamente, não era baixa, não combinaria com os seus olhos, olhos penetrantes e com um quê de uma bruta generosidade.
Não sei como percebi tudo isso nos poucos segundos em que nossos ônibus ficaram lado a lado. Aliás, nem pude ver qual era o ônibus em que ela estava. Podia ser o Canudos, e ela ter sumido na Cipriano Santos, ou aquele Estação Marex que entra na Humaitá, ou qualquer outro, ou até mesmo nenhum ônibus.
Talvez eu possa, simplesmente, tê-la imaginado.
Ou não.
Um comentário:
bem legal! qdo vi a foto da loirona aew..fiquei pensando "como assim?" hehehe...depois deixei da minha pressa e continuei a leitura!:P
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