Trânsito caótico. Manhã quente. Buzinas. Carros, ônibus, motos, pedestres. Stress. Stress. Stress...
Preso, em meio a tudo isso, dentro do ônibus, tento me distrair e evitar as pessoas se acotovelando. Olho pros lados e não vejo um só rosto amigável ou receptivo, nos carros lá fora, a mesma coisa, fecho os olhos e respiro fundo, tentando me abstrair. Nada.
Abro os olhos e é quando, do nada, surge aquela borboleta, de asas negras e azuis, voando em torno de um motociclista. Ela passa por ele e chega perto da janela que eu estava, como que pra me desejar um bom dia. Devolvo a gentileza com um sorriso e fico a observar seu voo. Ela vai e vem, num padrão totalmente aleatório (pelo menos pra mim), rodeando motos, passando por cima dos carros, retrovisores, janelas, um eventual galho de árvore. Subindo e descendo, indo e vindo, voando, voando, voando, aqui e ali.
Aquele balé aéreo faz com que o tempo pare por alguns instantes. Deleito-me deveras com a cena. Até que algumas pessoas (do ônibus) começam a estranhar aquele meu sorriso bobo, parecido com um soluço, enquanto todo aquele caos segue em frente e, eu, com toda a calma do mundo, sorrindo. Percebo olhares curiosos, mas não consigo tirar os olhos daquele borrão azul e negro.
E foi assim que uma singela beleza alada provou a veracidade do efeito borboleta da teoria do caos: o bater de asas de uma borboleta no Brasil pode causar um terremoto na China, ou um sorriso do outro lado da rua...
Carpe diem. Porque a vida é curta.
Um comentário:
A beleza ideal está na simplicidade calma e serena.
Adoro te ver assim preto!
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