Através do método genealógico de Michel Foucault, este trabalho busca ser um campo de problematizações em torno da questão do trabalho imerso na obra A Metamorfose (2008) de Franz Kafka. Com isso, esta análise percorre desde a docilidade do caixeiro viajante Gregor Samsa até o seu devir-animal, em que se mostra metamorfoseado em barata.
Para tanto, partindo das pistas genealógicas de Michel Foucault, a análise da docilidade de Gregor é discutida através da tríade saber-poder-subjetivação, que estão imanentes na sua organização de trabalho, subjetivando-o, constituindo-o enquanto corpo dócil. Todavia, o caixeiro viajante Gregor encontra linhas de fuga que o fazem resistir às malhas microfísicas de poder deste trabalho, provocando assim rupturas nas mesmas. É neste momento, que discutimos sobre o processo de devir-animal de Gregor, através de Deleuze e Guattari (1997).
Além disso, esse devir-animal é problematizado, através da contribuição de diversos autores, enquanto afirmação do paradigma ético, estético e político, pois, é notório o quanto, a partir de sua metamorfose, Gregor se mostra ao mundo como obra de arte. Nestes termos, através de seu devir animal, Gregor Samsa afirma, diante da vida, o quanto é possível o processo de resistência e rupturas frente às cristalizações das organizações de trabalho. Haja vista que, conforme nos propõe Foucault (1988), onde há poder existe possibilidade de resistência.
Diana Nobre (2011)
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